VIII Colóquio da Sociedade Checa de Língua Portuguesa

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Publikováno: 4. 2. 2019

A Sociedade Checa de Língua Portuguesa, em parceria com o projeto KREAS da Faculdade de Letras, da Universidade Carolina, têm o prazer de convidar para a VIIIa edição do Colóquio da Sociedade Checa de Língua Portuguesa, a ter lugar em Praga nos dias 24 a 26 de abril 2019.

No âmbito do Colóquio terá lugar o workshop Literatura nos tempos líquidos com a participação de Jacqueline Penjon (Université Sorbonne Nouvelle, Paris III), Regina Dalcastagnè (Universidade de Brasília) e Annabela Rita (Universidade de Lisboa).

As propostas de comunicação deverão ser enviadas para o endereço eletrônico coloquiopraga2019@gmail.com e delas deverá constar:

– título

– resumo com um máximo de 100 palavras

– nota biográfica com um máximo de 100 palavras

 

Datas importantes:

20 de fevereiro de 2019: data-limite para aceitação de resumos

5 de março de 2019: comunicação dos resultados da seleção de resumos

 

Registo regular: 30 € (750 Kč)

Registo doutorandos: 20 € (500 Kč)

A taxa de inscrição de 30€ ou 750 coroas checas cobrirá dois almoços e um bilhete de transporte público de três dias. A taxa de inscrição dos doutorandos é de 20€ (500 coroas checas). É possível pagar no ato de registo ou por transferência bancária. Preferimos o pagamento em coroas checas.

 

A inauguração solene no dia 24 de abril terá lugar no Ministério das Relações Exteriores, seguida do evento República Checa e a CPLP: Formas de Cooperação.

A parte filológica do Colóquio começará no dia 25 no Palácio Oettingen (Josefská 6, Praga 1). Os trabalhos decorrerão em duas seções: a literária e a linguística.

Na parte literária, organizada com o apoio do projeto KREAS, queríamos encorajar uma troca de conhecimentos e perspectivas de maneira dialógica. O ponto de partida do debate será o conceito de liquidez, cunhado pelo sociólogo de origem polonesa Zygmunt Bauman.

Segundo o estudioso, vivemos em tempos líquidos marcados pela falta de solidez e da durabilidade. A liquefação dos valores leva a uma vida em que as relações humanas, afetivas e profissionais, seguem o padrão dos bens de consumo – são descartáveis. Tudo é dinâmico, fugaz e maleável. Num mundo de incertezas, a ideia do progresso deixou de trazer esperanças, passando a ser encarada como uma ameaça: do terrorismo, do desemprego, da solidão.

A liquidez penetra todas as dimensões da vida humana: instituições, estilos de vida, relações humanas, crenças e convicções. Na sociedade de consumo, a literatura – entre o best-seller e as obras exigentes de pensamento e de criação – tende a ser mais um produto da indústria cultural e um objeto dos estudos acadêmicos. Aparecem novos gêneros literários e e-literários, novas estratégias narrativas, jogos intertextuais, diluem-se as fronteiras entre a ficção e a realidade. A literatura chega a dialogar com outras áreas do conhecimento, das artes e da mídia. Enfim, tudo que é sólido desmancha no ar.

 

A parte linguística versará sobre o tema Português – Língua de cinco continentes.

Durante o período da expansão marítima entre os séculos XIV e XVI, o português espalhou-se pelos cinco continentes e até hoje faz-se presente neles, mesmo que a sua presença tenha forma variada. Na Europa é língua oficial de Portugal, mas também, devido à grande diáspora portuguesa, é língua de inúmeras comunidades de expatriados em muitos outros países como França, Suíça, Luxemburgo ou Alemanha. Na América é língua oficial do Brasil mas os seus vestígios notam-se também no crioulo de Curaçao, Aruba e Bonaire. Outros crioulos de base portuguesa encontram-se depois na Ásia e África, onde alguns deles até adquiriram o papel de língua maioritária, enquanto na Oceania a língua portuguesa, apesar de ser falada pela minoria da população, representa a língua oficial de Timor Leste. Assim, o português e os seus crioulos são línguas de vários estatutos, desde línguas oficiais, que apesar disso podem ser usadas apenas raramente, até línguas francas da comunicação inter-étnica ou instrumentos da comunicação diária nas comunidades de emigrantes.

Esta riqueza de estatutos e papéis comunicativos levou à diversificação enorme do seu sistema fonético, lexical e até gramatical, fazendo com que hoje coloquemos uma pergunta fundamental – existe somente uma língua portuguesa ou há mais?

 

O dia 26 será dedicado a um workshop para os mestrandos e doutorandos.

Na parte literária, o workshop será inaugurado por duas professoras da Universidade Federal Fluminense, Maria Elizabeth Chaves de Mello e Livia Maria De Freitas Reis Teixeira.

Na parte linguística, os nomes dos professores ainda estão por definir.